Uma vez olhei pra o papel em branco e me identifiquei com ele, algo vazio com esperança de um dia alguém preencher.
Mas ao olhar para aquele papel puder perceber que até mesmo uma vida vazia pode preencher o nada de um papel em branco.
Conforme o lápis escorregava na folha meus pensamentos e sentimentos se acordavam como um solo morto que voltou a ser fértil depois de longos dias de chuva e sol.
Com dores, raivas e frustrações eu não era, mas vazia e insignificante nem o papel na minha em minhas mãos.
Com aquela folha molhada cheia de dor e tristeza pude sorrir. Parece estranho sorrir de verdade, ali sozinha, só eu e o papel, mas confesso que até aquele momento ninguém tinha me feito tão bem quando aquele papel diante de mim.
O sorriso verdadeiro causou uma sensação desconhecida para meu corpo e alma, uma sensação parecida com um chocolate quente em um dia frio e chuvoso.
Aquele sorriso causando pelo papel em minha mãos me fez querer ser mais que eu poderia escrever , me fez querer ser mais do que eu estava sendo.
Ser lida, percebida, não iria bastar agora,pois lê-lo me fez querer parar de se ser simplesmente um papel.
O que me mata
Há 12 anos